RIO DE JANEIRO - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (4) que os médicos brasileiros formados na Bolívia não poderão participar do programa Mais Médicos. A Folha de S.Paulo publicou no domingo (3) que o governo do Acre, um dos principais exportadores de estudantes de medicina para a Bolívia, propôs ao ministério que autorizasse a entrada de brasileiros formados no país vizinho no programa sem a necessidade de revalidação de diploma.
Padilha usou o regulamento do programa como justificativa para barrar esses profissionais, com ou sem revalidação de diploma. Atualmente, estão aptos a enviar profissionais ao Brasil países com proporção igual ou superior a 1,8 médico por mil habitantes. Caso que não é o registrado na Bolívia, que tem percentual de 1,2 médico por mil habitantes.
Uma segunda barreira do regulamento é que os médicos do Mais Médicos têm de ter atuado em seus países de origem, que não seria o caso de parte dos profissionais brasileiros formados na Bolívia. "Nós estamos implementando ainda o programa que foi votado no Congresso. Por enquanto, vamos continuar dentro do regulamento proposto inicialmente", disse Padilha.
Recentemente, a secretaria de Saúde do Acre fez um pré-cadastro com 700 potenciais participantes do Mais Médicos, dos quais a maioria é formada na Bolívia. Segundo reportagem do jornal, levantamento indicou que, apenas no Acre, há 368 médicos formados no exterior sem o Revalida, dos quais 98% estudaram na Bolívia.
Não há números oficiais sobre o total de acreanos cursando medicina no país vizinho, mas o governo estadual estima que chegue a 6.000.
Revalida
Padilha voltou a dizer que não vê problema nos 48 médicos do programa que reprovaram na prova do Revalida. Segundo ele, esses médicos não podem ser considerados de segunda linha. O ministro lembrou que os médicos do programa irão atender nos serviços mais básicos e o revalida contém questões voltadas para quem irá atuar, por exemplo, em cirurgias e UTIs.
Nesta segunda-feira começaram a chegar ao país os mais de 3 mil médicos cubanos que vão integra o Programa Mais Médicos. Eles passarão por treinamento durante três semanas e depois atuarão em São Paulo, Distrito Federal, Fortaleza, Belo Horizonte e Vitória
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