A oposição convocou uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (6) para rebater o governo Fernando Pimentel e apresentar documento que comprovaria que o caixa do governo no dia 31 de dezembro tinha R$ 3 bilhões, que serviriam para pagar o salário dos servidores em janeiro.
No dia da posse de Pimentel, o novo secretário de Planejamento, Helvécio Magalhães, havia dito que o governo estadual não tinha em caixa dinheiro suficiente para pagar a folha do mês de dezembro. De acordo com o deputado Luiz Humberto (PSDB), o atual governador de Minas quer “colocar o terror nos servidores, inventando que não há recurso para para pagar salário”.
“É preciso colocar um ponto final nessa fofoquinha, isso é marketing do PT. Eles aumentam o número de secretarias do governo e se negam a votar o aumento do salário dos servidores”, disse o deputado.
O deputado João Leite (PSDB) endossou as críticas e disse que o atual governo é cheio de incoerências, já que disse que irá adotar uma participação intensa popular, mas se nega a votar o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). “O PPAG contém várias sugestões populares, mas eles não querem votar. Não há nenhuma situação crítica no Estado”, disse.
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Como está distribuído o dinheiro em caixa |
Os deputados ainda criticam o fato de Pimentel ter aumentado de 18 para 21 secretarias de Estado, apesar de no balanço final da estrutura do governo, o tamanho continuar o mesmo. Isso porque os antigos 10 órgãos autônomos com status de secretarias foram reduzidos para sete.
Além disso, os deputados da hoje oposição disseram que irão interpelar judicialmente o governo Pimentel, “se o PT não parar de jogar lama no governo”. Eles também criticaram a proposta do atual governo de extinguir a ouvidoria e de não votar na PEC 69, que daria instabilidade aos servidores da educação atingidos pela Lei 100.
Os deputados também disseram que não irão garantir quórum nesta terça-feira para que seja lida a mensagem do governador Pimentel, que propõe uma reforma administrativa no Estado.
Entenda
As contas do Estado viraram motivo de uma guerra de números entre base e oposição. Na véspera de deixar o governo, no dia 30 de dezembro, o então governador Alberto Pinto Coelho (PP) convocou uma coletiva de imprensa e, na ocasião, informou que o Estado fecharia o ano com um caixa de R$ 200 milhões. No dia da posse, em 1º de janeiro, o atual secretário de Planejamento do governador Fernando Pimentel (PT) disse que o Executivo corria o risco de não ter dinheiro suficiente para pagar o salário dos servidores. Na ocasião, Magalhães informou que o caixa seria de R$ 700 milhões, muito aquém dos R$ 2 bilhões.
No entanto, se o cidadão consultar o site da Transparência de Minas, ficará ainda mais confuso. Na manhã desta terça-feira, o portal aponta que a arrecadação de Minas em 2014 foi de R$ 70 bilhões e as despesas somaram R$ 71,5 bilhões, o que indicaria um rombo de R$ 1,5 bilhão.
O governo de Minas disse que ainda nesta terça-feira irá soltar uma nota sobre a situação das finanças do Estado. O deputado Rogério Correia (PT) garantiu hoje que os vencimentos do funcionalismo público será pago amanhã. "No entanto, alguns pagamentos de fornecedores podem ser prejudicados", afirmou o petista. Segundo Correia, o acerto será feito graças a arrecadação neste mês do IPVA.
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