PMDB quer ‘porteira fechada’ em secretarias do Estado
Vice-governador, peemedebista Antônio Andrade é responsável pelas articulações da montagem da equipe
Apesar dos seis cargos conquistados no primeiro escalão de Minas Gerais, peemedebistas reclamam por secretarias de “porteira fechada”, prática iniciada há 12 anos em âmbito nacional, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No Palácio Tiradentes, as conversas sobre a composição do novo governo de Fernando Pimentel (PT) têm sido conduzidas pelo vice Antônio Andrade (PMDB).
Depois do anúncio dos 21 secretários do primeiro escalão, divulgado oficialmente na última terça-feira, o clima é de suspense entre petistas e peemedebistas em relação ao preenchimento do chamado segundo escalão. Em jogo, estão dezenas de cargos comissionados.
Na última sexta-feira, primeiro dia de reunião do governador com o novo secretariado, após a posse, as negociações não avançaram. No último sábado (3), porém, já foram publicados no diário oficial do Estado os nomes de alguns subsecretários e adjuntos das Secretarias de Governo (Segov) e da Pasta de Planejamento e Gestão (Seplag), de perfil predominantemente técnico.
Constam também no diário a nomeação de Marcelo Pádua Cavalcanti para o posto de advogado-geral adjunto do Estado e de Rosilene Rocha para ser a secretária adjunta da pasta de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Para a Segov, foi nomeado como secretário adjunto de Governo Francisco Eduardo Moreira.
O até então subsecretário da Juventude, Gabriel Azevedo, aliado do senador Aécio Neves (PSDB), foi exonerado.
PMDB
Entre os interlocutores de Andrade, a exigência é deixar para o secretário a livre escolha do seu adjunto. Até o momento, no entanto, Pimentel não teria dado tal autonomia.
Além de Gamaliel Herval para o Recursos Humanos, indicado pelo ex-governador Newton Cardoso, o PMDB emplacou os deputados estaduais Sávio Souza Cruz e Tadeu Leite no Meio Ambiente e Gestão Metropolitana, respectivamente, e João Cruz, na Pecuária e Abastecimento. Cruz foi uma escolha pessoal de Andrade.
Espaço
Na próxima terça-feira, a Assembleia Legislativa começa a analisar o projeto de reforma administrativa que será enviado por Pimentel. Para acomodar os aliados, o governador já adiantou que irá criar quatro secretarias e desmembrar outra.
Os próprios peemedebistas já admitem que o principal desafio é aliar nomes com perfil técnico e político. Nessa linha, parte do grupo defende a indicação de Aloísio Vasconcelos, candidato a vice-prefeito derrotado em 2012, para ocupar uma diretoria de na Cemig.
O ex-vice prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PT), que não conseguiu eleger-se deputado, também pode ser nomeado para uma diretoria da estatal de energia ou ocupar o cargo de adjunto da Casa Civil e Relações Institucionais.
Futuro secretário de Desenvolvimento Agrário, Glênio Martins, da cota do PT, deve ficar como adjunto na Pecuária e Abastecimento até a criação da nova pasta.
Delegado da Polícia Federal ajudará na Defesa Social
Número dois da Polícia Federal (PF) em Minas, o delegado Rodrigo de Melo Teixeira será o novo secretário-adjunto de Defesa Social do Estado. Ele recebeu e aceitou convite feito pelo futuro secretário de Defesa Social, deputado federal Bernardo Santana (PR-MG).
A confirmação do nome de Melo Teixeira foge à regra das indefinições no segundo escalão do governo de Fernando Pimentel (PT).
Na prática, caberá ao delegado federal a tarefa de cuidar de questões técnicas relativas à segurança pública, pois Santana tem perfil político. Diretor regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Teixeira tem 16 anos de corporação.
Começou a carreira em Tocantins na função de chefe da delegacia de repressão a entorpecentes. Após três anos, foi transferido para a Superintendência da PF em Belo Horizonte, onde inicialmente foi chefe do setor de imigrações.
Depois, assumiu o comando do departamento de combate a crimes financeiros. Em seguida, foi corregedor. Na gestão do atual superintendente da Polícia Federal, Sérgio Barboza Menezes, foi alçado ao cargo de delegado regional executivo, o segundo na hierarquia.
Ligado aos policiais civis e federais, Santana teve atuação marcada no Congresso Nacional em defesa dos interesses dos delegados. Atuou em favor da PEC 37 que retirava do Ministério Público (MP) o poder de investigação.
Mesmo sendo derrotada, a proposta defendida por Santana desagradou membros do MP.
Chefe da Procuradoria de Combate ao Crime Organizado em Minas, o procurador André Ubaldino classificou a emenda de “terrível retrocesso”.
Ao Hoje em Dia, Ubaldino contestou a indicação do parlamentar para ocupar a secretaria de Defesa. Para o procurador, a vaga deveria ter sido preenchida por um especialista na área.
Nesse sentido, a indicação do delegado Melo Teixeira representa um alento para o segmento das Forças de Segurança no Estado.
Dança das cadeiras no Legislativo vai até a 5ª suplência
Com a posse do novo secretariado, foi aberto um leque de mudanças no Legislativo.
Na Câmara dos Deputados, os suplentes Ademir Camilo (PROS) e Silas Brasileiro (PMDB) retornam à Casa com as nomeações dos deputados federais eleitos Odair Cunha (PT) e Miguel Corrêa Júnior (PT) para o primeiro escalão mineiro.
Na Assembleia Legislativa a dança das cadeiras vai alcançar até a quinta suplência com as nomeações dos petistas Paulo Guedes e André Quintão, dos peemedebistas Sávio Souza Cruz e Tadeu Leite, além de Carlos Henrique (PRB).
Dessa maneira, conquistam vaga para o PT Geisa Teixeira, Cristina Corrêa e Professor Neivaldo. Já o PMDB vai emplacar Tony Carlos e João Lages.
Assim como ocorreu na Assembleia, na Câmara Municipal existe uma possibilidade de mudança até a quinta suplência. Com a eleição de Iran Barbosa (PMDB) para o Legislativo estadual, o primeiro suplente Preto do Sacolão (PMDB) tem retorno garantido.
Nos bastidores, os vereadores petistas Arnaldo Godoy e Tarcísio Caixeta podem assumir a Fundação Clóvis Salgado e a vice-presidência da Copasa, respectivamente.
Assim, abriria espaço para a ex-vereadora Neila Batista, do grupo político do deputado estadual Rogério Correia, e Palowa, aliada do ex-vice-prefeito Roberto Carvalho.
Como Palowa é ligada a Carvalho, ela pode não ser empossada no cargo para acompanhar seu padrinho político no Executivo estadual.
Com isso, o próximo da lista é o médico Cristiano Mata Machado, quarto suplente da coligação petista. Presidente do Sindicato dos Médicos, Machado pode ser convocado para compor o governo estadual.
Com essa engenharia, João da Locadora (PT) voltaria a Câmara Municipal na quinta suplência.
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