Em discurso concedido nessa sexta , Cármen Lúcia ressaltou que é 

necessária uma mudança comportamental dos Juízes.

Ministra defende uma mudança de atitude dos Juizes


Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, deu uma declaração polêmica na tarde de ontem (13) e ressaltou que os juízes brasileiros precisam estar mais perto da população, sair dos seus gabinetes e ir as ruas, para diminuir a distância que os cidadãos tem com o poder judiciário.
"Uma das providências fundamentais é a que foi adotada em grande parte do Brasil com a Justiça Itinerante, irmos onde o cidadão está", observou Lucia.

Mulheres atendidas

Essa medida seria de extrema importância, lembrando que diversas mulheres não denunciam o abuso sofrido, por não terem condições financeiras de pegar um transporte e ir até uma delegacia. Lembrando que muitas cidades ainda não tem a Delegacia exclusiva da mulher, um avanço que deveria chegar a todo o Brasil.
ministra também pontuou que os juízes devem ter mais criatividade e precisam mudar a postura, muitas vezes arrogante, visando diminuir o enorme déficit que a Justiça tem com o cidadão.
"Precisamos transformar o Poder Judiciário, que está muito aquém do que o cidadão brasileiro nos exige. Porque o mundo se transformou, o Brasil se transformou. Cabe a nós saímos da zona de conforto e da mesmice e também nos transformarmos".

Mudanças urgentes

As palavras de Lucia são fundamentais para o Brasil, num momento que diversos juízes mostram a pior face do Judiciário brasileiro.
Para isso, basta lembrar de dois exemplos, entre milhares que acontecem cotidianamente. A história de João Carlos de Souza Correa, o qual, deu voz de prisão à agente Luciana Tamburini, que apenas cumpria seu dever ao abordá-lo numa blitz de lei seca. E o juiz Flávio Roberto de Souza, visto utilizando a Porsche apreendida de de Eike Batista.

Reformas no Judiciário

A magistrada preponderou que não basta uma reforma no poder judiciário para resolver os problemas, é necessária uma mudança de atitude. Um bom exemplo é a campanha realizada essa semana, que levou diversos juízes às cidades do interior, para apurar denúncias de violência contra a mulher.
Lucia ressaltou que o Judiciário não está desligado dos problemas cotidianos e precisa de mais campanhas como essa para se aproximar da população.
Para a juíza, o maior problema do judiciário brasileiro é a lentidão para a resolução dos processos. A famigerada morosidade da Justiça brasileira é realmente um problema a ser combatido.
Ela deu um exemplo de um assassinato que demora 12 anos para ser julgado, diz que não se faz justiça, cumpre-se a lei, mas a justiça acaba ignorada. "É preciso que deixemos de ser uma Justiça meramente aplicadora da lei para nos tornarmos uma Justiça restaurativa da paz na sociedade, completa.