Por Danilo Valentini
A Organização dos Advogados do Brasil (OAB) aplicou neste domingo (15/03) a primeira fase do XVI Exame Unificado. E, de acordo com a opinião de especialistas, o teste com 80 questões de múltipla escolha da edição de 2015 talvez tenha sido a mais difícil já organizada até hoje pela OAB.
“Foi uma prova difícil, suigeneris, talvez uma das mais difícis da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Questões fora do padrão, não comuns, questões estranhas, coisas muito localizadas. Havia muitas armadilhas. Há questões, inclusive, que são passíveis de anulação ou recurso”, afirmou Marco Antonio Araújo, especialista em Ética e diretor-geral pedagógico do Damásio Educacional.
A avaliação dos professores foi mais pessimista do que aquela feita por muito dos candidatos que fizeram a prova em São Paulo, no campus Vergueiro da Uninove (Centro Universitário Nove de Julho). Em comum, a percepção de que muitas questões incluídas na prova são bastante diferentes, levando em conta as edições anteriores do exame.
“Achei o nível hard, caiu assuntos que eu ainda não conhecia”, afirma Anelise Freitas, estudante que cursa o penúltimo semestre de Direito, de 26 anos. “Caíram temas não recorrentes, como detalhes de Direito Empresarial”.
Araújo apontou questões que estão distantes da média de exames anteriores em disciplinas como Direito Empresarial, Administrativo e Direito do Consumidor. “Muita coisa inclusa na prova era típica de concursos públicos, que têm demanda bem diferente de um exame da OAB”.
“Achei que foi uma prova justa. Mesmo com algumas coisas nada a ver, como ratificação de tratados internacionais, assunto que é muito pouco falado na faculdade”, disse Bruna Lima e Silva, aluna do último ano de Direito, de 23 anos.
O gabarito oficial da primeira fase do exame será divulgado no dia 30 de março. Entre 31 de março e 3 de abril, os candidatos têm o prazo para entrar com recurso. E, em 17 de abril, é ratificado o resultado do exame. Um mês depois, acontece a segunda fase.
Leia abaixo os comentários dos professores das principais matérias da 1ª fase do XV Exame de Ordem:
Patrícia Carla – Administrativo: Foi muito difícil, com questões de muita peculiaridade, a banca pegou muito pesado. O aluno teria de ter visto de forma miniciousa, à letra da lei, para poder responder. Mesmo o aluno que se preparou bem encontrou dificuldade. Foram questões com mais caráter de concurso publico, no que diz respeito ao Direito Administrativo. E pelo menos duas das seis questões são passíveis de revisão, com alternativas dúbias.
Caio Bartini – Tributário: Prova difícil, questões que não são normalmente cobradas. Fraude fiscal, imputação de pagamento, obrigação tributária na isenção e mais uma sobre prescrição tributário, esta formulada errada, já que falava de prescrição do crédito tributário no seu enunciado mas com uma resposta que versava sore execução fiscal É passível de anulação.
Marco Antonio – Ética: Apesar de ser uma das provas mais difícis da história da OAB, Ética teve um grau de dificuldade médio, até mais fácil do que ocorrido nos últimos anos. Das 10 questões, sete versaram sobre temas previstos, com quatro de direitos do advogado e três 3 de infração e sanção disciplinar, temas que já eram previstos para aparecer na prova.
Murilo Sechieri – Direito do Consumidor: Exame trouxe até questão sobre convenção coletiva de consumo, algo muito raro para o exame da OAB, é questão mais para concurso público.
Elizabete Vido – Direito Empresarial: Prova diferente, o que não quer dizer que tenha sido injusta ou mal feita. Alternativas eram claras, mas eram difícieis em função de todos os textos de lei envolvidos.
Leone Pereira – Direito do Trabalho: Prova de nível mediano para difícil. Incluiu uma questão atípica, envolvendo direito empresarial ligado a área trabalhista.
Patrícia Vanzolini – Direito Penal: Questões muito pesadas. Nível de concurso público dos mais exigentes. Uma das questões é um tanto injusta, uma que refere a prescrição. Candidato tinha de fazer conta complexa, uma maldade para quem está envolvido com tantas questões. É uma questão passível de anulação.
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