Exmº Senhor Deputado Sgt Rodrigues,
Os ânimos, as agressões, por enquanto verbais e com lesões levíssimas, são o resultado de uma política de "valorização", impensada e casuística, levada a efeito por V. Sª, para atender os desejos dos oficiais e sob pressão do comando da Polícia Militar, para implantação da carreira jurídica, dentre outras ações deléterias e desarazoadas, o que está rendendo ações e confrontos entre policiais militares e civis, que estão sendo também adotadas e alimentadas de forma irresponsável pelo sindicato dos policiais civis.
Os ânimos, as agressões, por enquanto verbais e com lesões levíssimas, são o resultado de uma política de "valorização", impensada e casuística, levada a efeito por V. Sª, para atender os desejos dos oficiais e sob pressão do comando da Polícia Militar, para implantação da carreira jurídica, dentre outras ações deléterias e desarazoadas, o que está rendendo ações e confrontos entre policiais militares e civis, que estão sendo também adotadas e alimentadas de forma irresponsável pelo sindicato dos policiais civis.
Sabemos que temos duas polícias, civil e militar, e duas polícias dentro das polícias, a dos praças e oficiais, e a dos agentes de polícia e delegados, com modelo, ideologia, cultura, treinamento diferente, e funções distintas, o que já por si só, fomenta a rivalidade, a busca por notoriedade, entre outras disputas, que somente se agravaram após a anunciada integração das Polícias, que muitos duvidam e outros nem acreditam.
Esta integração na pratica não ocorre, basta vermos que uma operação da polícia civil sequer foi comunicada aos comandos da área sob responsabilidade de ambas polícias, porque só podemos concluir que não houve troca de informações sobre os fatos, e como afirmamos tudo em nome da eficiência e notoriedade, para se sobrepor a outra concorrente no combate a criminalidade.
Sua ação política neste campo tem demonstrado que no campo da segurança pública, mas que atender ou atuar atendendo a pressões de grupos ou de segmentos da hierarquia das instituições, sem quase sempre agregar a discussão metodologia cientifica e técnica é quase impossível avançar e melhorar o sistema policial mineiro, que é o modelo adotado pelo Brasil, e esta dicotomia vem permeando os conflitos e problemas enfrentados por ambas corporações.
O que de uma certa forma ocorre com a omissão dos comandos e até com sua conivência silenciosa, pois nas cúpulas das duas polícias, está tudo na mais perfeita ordem e camaradagem, com amistosidade sendo trocadas sob salas com ar condicionado e água mineral gelada, pois no presente caso, seria mais do que natural uma resposta uníssona e transparente do chefe da Polícia civil e comandante geral da Polícia Militar, pois tais disputas são eminentemente de natureza política oriundas de promoção pessoal e loteamento de espaço de poder.
É de domínio público que o fazer polícia é trabalho árduo e difícil, mas talvez pelos longos anos já no parlamento, V. Sª já tenha esquecido, o que é compreensível e até aceitável, mas sem um defensor e conhecedor das mazelas e agruras que sofremos estaremos fadados a sermos os bodes expiatórios de uma crise política, que foi transformada em discurso de lideranças da Polícia Civil, com o firme propósito de desacreditar, desmoralizar e desestabilizar a Polícia Militar, com graves consequencias para a sociedade mineira.
Sendo assim e por imperativo de responsabilidade do cargo que ocupa no parlamento é fundamental que se esclareça os verdadeiros motivos desta campanha, com objetivo de vilipendiar e aviltar os policiais militares, que vem sendo sistematicamente promovida por pessoas sem compromisso com os policiais, e mais ainda com a segurança pública.
Neste sentido os dirigentes das Polícias Militar e Civil devem ser imediatamente convocados para prestar esclarecimentos sobre os fatos ocorridos, sob pena de se aprofundar e agravar ainda mais os conflitos que poderão a qualquer hora se transformar em tragédias.
Por ser um problema de dimensões institucionais e com enormes prejuízos para a sociedade, é forçoso o comparecimento de ambos dirigentes máximos das organizações policiais para que expliquem e esclareçam os fatos ocorridos, durante a operação em Contagem, em obediência ao princípio da transparência e da prestação de contas a sociedade, que em última instância é a quem devemos prestar contas de nossos atos e ações.
Com os meus protestos de estima e respeito, submeto-lhe esta proposta de realização de uma audiência pública, na comissão de segurança pública, para que possamos avançar na discussão de um modelo policial que atenda aos pressupostos de valorização profissional, melhoria da segurança pública, e respeito a dignidade dos policiais.
José Luiz Barbosa, Sgt PM
Presidente da Associação Cidadania e Dignidade
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