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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Crimes violentos têm alta de 16% na região metropolitana

Contagem se destaca com aumento de 39,7%; PM diz que atua em combate
Latrocínio. Na imagem, local onde um rapaz de 19 anos foi assassinado, na noite de domingo, em Contagem, ao tentar fugir de um assalto
A força-tarefa lançada há quase um ano pelo governo do Estado para conter a epidemia de violência em Minas ainda não conseguiu reduzir o número de vítimas. Só na região metropolitana de Belo Horizonte, que abrange 41 cidades, o índice de crimes violentos subiu 16,3% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2012. Os dados são da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).
Foram 3.957 ocorrências no mês passado, contra 3.401 no janeiro anterior. Como consequência dos crimes, 160 pessoas morreram assassinadas na capital e seus arredores nos últimos 30 dias, uma média de cinco óbitos por dia. No mesmo período de 2012, foram 159 ocorrências de homicídio – na época, a Seds não divulgava o número de vítimas. Mau exemplo. Entre as cidades com os piores índices da região está Contagem, que apresenta um dos mais significantes aumentos de violência. O número de homicídios cresceu 41%, e o de crimes violentos em geral, 39,7%. Já os casos de roubo e extorsão mediante sequestro tiveram um crescimento mais elevado (43%), passando de 504 registros em 2012 para 721 neste ano.
A média é de 23 assaltos ou extorsões por dia na cidade, alguns deles resultando em morte, como ocorreu com Guilherme Monteiro de Jesus, 19, na noite de domingo. Ele foi assassinado com um tiro na cabeça, no bairro Cidade Industrial, em Contagem. Segundo a Polícia Militar, o jovem acelerou o Palio que conduzia ao ser abordado por três homens. A suspeita é de que ele tenha reagido a uma tentativa de assalto.
O chefe da Seção de Planejamento e Operações da 2ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) da PM, major Carlos da Costa, afirmou que o combate aos crimes em Contagem é dificultado pelo fato de eles não estarem concentrados em bairros específicos. “Essa é uma característica do tráfico no município, ele é pulverizado. As quadrilhas estão migrando constantemente”, disse.
A PM não informou o efetivo da região metropolitana, nem se há perspectiva de ampliação da equipe. Segundo o major, os policiais têm intensificado a presença nas ruas, como forma de intimidar os bandidos. “Já a prisão é mais difícil, precisa de trabalho de inteligência da polícia e mandado de prisão da Justiça, o que leva tempo”, argumentou.
O titular da Seds, Rômulo Ferraz, foi procurado, mas, segundo sua assessoria de imprensa, ele não tinha horário na agenda para entrevistas.  (Com José Vitor Camilo/Especial para O TEMPO)

 
ESTATÍSTICA
 
Estado passa a divulgar o número de vítimas
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) corrigiu, a partir de janeiro, o que, segundo especialistas em segurança pública, era uma maneira de “jogar para baixo o índice de violência” em Minas. Ao invés de divulgar apenas o número de ocorrências de assassinato, passou a divulgar o de vítimas, o que já acontece em outros Estados, como São Paulo. Antes, por exemplo, uma chacina, com cinco mortes, era contabilizada apenas como um homicídio. No mês passado, 364 pessoas morreram vítimas de violência no Estado, segundo o relatório da Seds. Já os registros de homicídio totalizaram 355. O número de vítimas também é maior que o de ocorrências na região metropolitana, que registrou 160 vítimas contra 155 notificações do crime.
“O número de vítimas é um dado que facilita a compreensão do público sobre a criminalidade em sua cidade. O Estado tem o dever de divulgá-lo para a população”, afirmou o especialista em segurança pública Robson Sávio.
Segundo o sociólogo, quanto mais detalhamento estatístico houver, com discriminação inclusive da idade das vítimas e do local do crime, melhor será a análise para a elaboração de ações de prevenção. “Não basta divulgar dados, é preciso estudá-los para elaborar estratégias”. (LC)
O Tempo

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