Todos garantem ter direito à vaga e nenhum dos três está disposto a abrir mão. Além de ter sido indicado pelo bloco do governo, João Leite afirma que não pode deixar a função, para evitar constrangimentos do Legislativo mineiro. Isso porque ele preside o Fórum Nacional de Comissões de Segurança Pública. “Fui escolhido pelos outros estados e fica até complicado para a Assembleia eu não estar mais na comissão. Em março temos até um encontro marcado em Foz do Iguaçu”, argumentou o tucano, que garante que o bloco tem prioridade para escolha.
Sargento Rodrigues e Cabo Júlio, representantes do segmento dos policiais militares, travam uma disputa particular pelo maior posto da área de segurança no Legislativo. O pedetista está cobrando um acordo que disse ter fechado com o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), quando João Leite foi eleito da última vez. “Naquele momento, para que não houvesse clima ruim, o Dinis me pediu para abrir mão e disse que trabalharia com a base do governo para que eu assumisse agora. O João Leite já presidiu por dois biênios seguidos, nada mais justo que agora seja eu”, afirmou Rodrigues.
Nos bastidores, o deputado do PDT não é visto como uma boa opção pelo governo, por suas posições polêmicas e postura de denúncias na área de segurança. O recado que colegas dizem ter recebido é que ele promete parar a Assembleia fazendo obstrução, caso não consiga se firmar no cargo. Sobre isso, o deputado diz que se manifestou por escrito, dizendo que não pode ser companheiro apenas no momento de eleição. “Obviamente, se não for reconhecido como companheiro, vou tomar algumas posições considerando se houve ou não primeiro tem que saber. Não ameaço, eu faço”, disse. Sobre a disputa com Cabo Júlio ele nem quis comentar. “Tenho processo contra ele por dano moral, quem cuida dele é o PMDB ou o Judiciário”, afirmou.
O peemedebista Cabo Júlio, que chegou em dezembro à Assembleia, afirma que pelas regras caberia ao PMDB a presidência da comissão. “Somos uma bancada com oito e as indicações vão das maiores para as menores bancadas. Se o bloco do governo tem prioridade para essa área vai gastar cartucho e obviamente perderá outras. É uma avaliação que eles têm que fazer”, afirmou. Cabo Júlio defendeu o equilíbrio de forças, para o qual se coloca como melhor opção, mas evita o confronto direto com Sargento Rodrigues. “Ele é meu companheiro de profissão e com qualquer um dos dois a classe estará bem atendida. Meu partido vai trabalhar pelos interesses da sociedade e não por vaidades pessoais”, alfinetou.
ESTADO MINAS
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