Integrantes
de movimentos anticorrupção, que organizaram e apoiaram uma petição na
internet pela saída do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência
do Senado, estenderam hoje (20) uma bandeira do Brasil, de 150 metros
quadrados, no gramado em frente ao Congresso Nacional. No centro do
bandeirão, havia uma foto do presidente do Senado e a frase: “Ordem no
Congresso”.
Desde
a eleição de Renan, no último dia 2, o movimento já recolheu pela
internet, com a ajuda de redes sociais, quase 1,6 milhão de assinaturas a
favor da saída do senador alagoano do cargo de presidente. O objetivo
do abaixo-assinado era reunir número de assinaturas equivalente a 1% do
eleitorado brasileiro - correspondente a 1,4 milhão de eleitores,
segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – e apresentar um projeto de
lei de iniciativa popular com este objetivo.
Apesar
do número de assinaturas, conforme a Secretaria da Mesa Diretora do
Senado, um processo deste tipo deve começar com uma denúncia no Conselho
de Ética da Casa, e não como um projeto de lei.
"Sabemos
que essas assinaturas não têm feito prático, mas simbolicamente são
muito importantes. Isso mostra que somos uma sociedade informada,
conectada em rede, acompanhando os atos dos Três Poderes da República”,
ressaltou Antônio Carlos Costa, do movimento Rio de Paz.
Junto
com as assinaturas, os manifestantes também vão protocolar hoje no
Supremo Tribunal Federal (STF) uma carta na qual pedem ao presidente da
Corte, ministro Joaquim Babosa, que acelere a análise da denúncia
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Renan, no
dia 25 de janeiro. Na denúncia, o senador é acusado de peculato,
falsidade ideológica e falsificação de documento por ter desviado verba
de gabinete para pagar pensão a um filho.
"Desejamos
assinalar que a nossa solicitação a essa Corte reflete a apreensão e a
repulsa da população com a constatação de que a demora no julgamento
configura efetiva absolvição do acusado, que continuará exercendo um dos
mais importantes cargos da República”, diz um trecho da carta.
O
presidente do Senado não comentou a manifestação de hoje. Na última
sexta-feira (15), ele divulgou nota dizendo que “a mobilização na
internet é lícita e saudável, principalmente, entre os jovens”. No
documento, o senador disse ainda que “o número de assinaturas não é tão
importante quanto à mensagem, o que importa é saber que a sociedade quer
um Congresso mais ágil e preocupado com os problemas dos cidadãos. E
assim o será”. Renan também destacou que o Congresso Nacional vai
trabalhar para garantir o maior desenvolvimento do Brasil.
Fonte: Karine Melo - Agência Brasil
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