No terceiro mandato no Senado, petista acredita que o partido que ajudou a fundar deve melhorar a transparência nos seus gastos. Mudanças internas, para ele, são necessárias para evitar perdas de quadros para outras siglas
Para o senador, a população tem de ser informada das medidas para
melhorar a cultura política entre os petistas. “Temos de mostrar isso
claramente ao povo: que nós aprendemos com os problemas havidos, e
estamos dispostos a caminhar corretamente”, analisou Suplicy, em
entrevista ao site no sábado (16) à noite.
O
senador acredita ser possível até que a nova legenda de Marina caia
“nas mesmas armadilhas” em que o PT foi envolvido. “A vida política
muitas vezes leva a problemas sérios. Mas espero que não”, disse. Pelo
PT, Suplicy está no terceiro mandato como senador, que se encerra em
janeiro de 2015. Também foi deputado federal e vereador.
Questionado se, a exemplo do DEM, o PT corre o risco de perder muitos
quadros, como já ocorreu com Marina e Heloísa Helena, Suplicy diz ser
necessário evitar isso com mudanças internas na legenda. “Por isso eu
quero insistir com o PT sobre a aprovação dessas medidas de
democratização, como o processo de escolha dos candidatos, e também a
transparência, em tempo real, das contribuições ao partido.”
O senador destaca que é preciso, até como forma de redenção do PT,
acabar com o uso de dinheiro do caixa dois em campanhas eleitorais.
“Obviamente, também o compromisso de se utilizar os recursos
contabilizados. Acho que o PT precisa aprender as lições com os
problemas que aconteceram”, afirma.
No episódio do mensalão, ex-dirigentes do partido foram condenados
pelo Supremo Tribunal Federal à prisão sob a acusação de terem comprado
apoio político no Congresso, com vistas a garantir votos na aprovação de
projetos de interesse do governo Lula. Em sua defesa, alguns réus
afirmaram que não houve pagamento de propina, mas “apenas” caixa dois de
campanha eleitoral.
Confiança
Apesar das críticas, o senador acredita que as mudanças são metas
realizáveis. Assim, o partido não perderia sua importância. “O PT veio
pra ficar”, disse Suplicy ao site, depois de declarar, cercado por Marina Silva e Heloísa Helena, que estava tentado a “cair na Rede”.
O senador nega que vá deixar a legenda para garantir uma candidatura ao Senado nas eleições de 2014.
“Não vou realizar ações para me incompatibilizar com os anseios maiores
do PT”, afirmou. Mas Suplicy anda insatisfeito. O PT, sob a influência
do ex-presidente Lula, cogita apoiar candidato de outro partido ao
Senado no ano que vem, quando haverá apenas uma vaga em disputa. A ideia
inicial é apoiar um nome do PMDB, como o deputado Gabriel Chalita (SP),
em troca de aliança com os peemedebistas para o governo de São Paulo.
Até o nome do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) já foi levantado como
hipótese para substituir Suplicy no Senado com o apoio do PT. O senador
diz que só deixa o cargo se for em favor do próprio Lula.
Em 2012, Suplicy foi eleito pelos internautas o melhor senador do país, na votação do Prêmio Congresso em Foco. Na cerimônia de premiação, ele roubou a cena ao cantar um sucesso de Bob Dylan ao lado do deputado Tiririca (PR-SP), também um dos premiados.
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