Caetano de Oliveira e Victor Hugo Viegas de Freitas Silva, com ilustrações de Heitor Aquino Vilela, acabaram de lançar o livro “Estado de Exceção Escolar: uma avaliação crítica das escolas militarizadas”
O objetivo do livro é discutir a escola pública, o processo de militarização, a doutrina militar, as políticas públicas para a educação e o papel da Polícia Militar.
Os organizadores são pesquisadores do Núcleo de Pesquisa Prolutas da Faculdade de Ciências Sociais/UFG. Entre os autores/as estão graduandos, pós-graduandos e docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Sobre o Livro (trecho retirado das pags. 17-18)
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O livro conta com uma entrevista exclusiva os dilemas de estudar no regime militar, com uma ex-estudante de colégio militar, dando um panorama geral do expediente vivido por estudantes e docentes nos colégios militares, as questões hierárquicas, pedagógicas, as restrições com relação a aparência, além de diversas outras questões, muitas vezes desconhecidas por aqueles que nunca frequentaram um colégio militar.
No artigo As escolas militares: o controle, a cultura do medo e da violência, as pessoas interessadas terão acesso a uma análise sobre os argumentos gerais que, supostamente, legitimam a militarização e uma réplica a estes argumentos. Tratando da visão social que paira sobre os jovens, da legitimação cultural da “sensação de insegurança”, e dos aspectos políticos implícitos na implantação da militarização escolar.
No artigo Quem quer manter a ordem? A ilegalidade da militarização das escolas em Goiás, leitoras e leitores terão acesso a uma robusta, mas acessível, avaliação da ilegalidade jurídica ocorrente na Militarização Escolar, tanto no que se refere às leis que dispõem sobre educação, quanto no que se refere às leis sobre segurança pública e também leis fiscais (e ainda no que se refere a leis de direito internacional).
No artigo A exclusão dos alunos mais pobres nos Colégios Militares, é feita uma avaliação dos aspectos de segregação socioeconômicos implícitos e imbrincados na Militarização Escolar, que ocorrem desde questões elementares, como a compra da farda escolar, até em vácuos jurídicos mais problemáticos, como as “contribuições voluntárias”.
No artigo Nós perdemos a consciência?: apontamentos sobre a militarização de escolas públicas estaduais de ensino médio no estado de Goiás é feito um balanço geral do Estatuto da Criança e do Adolescente, sua incompatibilidade com a Militarização Escolar, além de um panorama amplo sobre os malefícios da implantação da doutrina militar a nível escolar.
No artigo Militarização de escolas públicas: avanços ou retrocessos? destrincha-se a hierarquia militar, suas formas de consolidação, seu impacto a nível social e individual e sua relação problemática com a educação. Avaliando o papel da violência na corporação militar, bem como, em fluxo histórico, o papel da mesma na consolidação do corpo militar.
Obviamente a obra abarca apenas uma parcela dos problemas, mas, obviamente, escarafunchá-los de modo último seria um trabalho que levaria não um único livro, mas uma obra de dimensões enciclopédicas. A obra que apresentamos tem o intuito de problematizar algumas questões mais urgentes e patentes, e também o de abrir o debate, apresentando argumentos principalmente à parcela que é mais frágil nessa disputa, que é a de estudantes, familiares e professores, que são os que sofrem os arbítrios de modo mais evidente.
Para ter acesso ao livro veja algum dos endereços abaixo:
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