José Maria Couto Moreira
Advogado
Governador Pimentel
Noticiou a imprensa
(viva a imprensa livre!)
que o presidente
da Cemig elevou
seus salários para a altitude
sem precedentes de R$ 60,5
mil e, também, os dos diretores
para R$ 46,5 mil, além de
outras franquias.
Quem não se sentir ofendido
com essa atitude audaciosa
e vil não possui espírito
público. Esse procedimento
é ultrajante, primeiramente
ao governador do Estado,
que vem enfrentando escassez
de recursos para atender
as despesas correntes e de capital.
Faltam recursos ao Estado
para seu plano de execu-
ção em infraestrutura e os recursos
necessários a outros
setores.
O ato ora perpetrado
e convalidado por seu conselho
é afrontosamente incompatível
com a realidade,
o esforço e a estratégia administrativa
do governo.
Ora, não atinou o presidente
daquela estatal, ainda
que ela seja uma máquina poderosa
e contínua de fazer receitas,
a hora grave por que
passa o Tesouro estadual, a luta
do governador para obter
maiores resultados arrecadatórios,
o ambiente, enfim, no
país, em que a austeridade se
recomenda a cada passo, a cada
minuto.
É comum, em toda
administração pública, seja
aqui ou alhures, surgirem
trapalhões para atropelar metas,
planos ou diretrizes gerais
emitidas por autoridade
superior. Não podia a direção
geral da Cemig ser mais inoportuna(ao
mesmo tempo generosa)
para a adoção de tal
medida, que em nada consulta
os interesses da empresa,
de seus acionistas e do povo,
menos ainda.
Já não recebem salários e
penduricalhos outros para
que vivam uma “dolce vita”?
Não percebem que, diante de
si, encontram cidadãos não
apenas mal-assalariados – e
que trabalham com enorme
desgaste físico – ou quando
têm seu ganho parcelado, o
que gera grande desconforto
para a família e maior constrangimento
para o governador?
Como é que se aplicam
os recursos obtidos minuto a
minuto pela Cemig? É elevando
salários além do teto imposto
ao mais simples servidor
até o presidente da República?
Assim, então, pense a
administração da empresa
em alocar valores para dotar
a província de cabeamento
elétrico subterrâneo para
uma mais agradável paisagem
urbana e mais rápida internacionalização
da cidade,
ou avance com a iluminação
pública ou energia até os burgos
podres, onde há mineiro
que ainda não conhece o
mundo colorido e animado
de uma TV ou mesmo o conforto
da instalação de um refrigerador,
sonho acalentado
ainda por milhares.
A Cemig é empresa de
economia mista, cujo acionista
majoritário é o Estado
de Minas Gerais. Daí, tal medida
não pode vingar sem o
consentimento expresso do
governador, ainda que à assembleia
tenha comparecido,
assistido e votado o representante
do Estado.
Governador Pimentel, a
voz de austeridade de V. Exª.
para todos os seus auxiliares
na representação de suas pastas
e demais órgãos não pode
ser desmentida por uma atitude
isolada, não refletida. Para
que os mineiros possam cerrar
fileiras em torno de sua
mensagem, não permita que
esse descalabro se consume.
Exija que se mantenham
os atuais níveis salariais!
Advogado jmcmadv@gmail.com
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