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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Corregedoria da Polícia Militar abre inquérito para apurar mortes no Bairro Serra


Alfredo Durães
 

Moradores do Bairro Serra protestaram durante enterro de tio e sobrinho, mortos na madugado de sábado durante uma operação da Polícia Militar
A Delegacia de Homicídios e a Corregedoria da Polícia Militar abriram inquérito para apurar a morte do auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, 39 anos e do dançarino e auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, 17, ocorridas na madrugada de sábado, na Vila Marçola, dentro do Complexo do Cafezal, no Bairro Serra, Região Sul da capital. Um fonte da Polícia Civil disse que uma testemunha ocular dos fatos já prestou declarações.
Filho e irmão de policial morrem em troca de tiros com a PM no Aglomerado da Serra As vítimas, que são, respectivamente, tio e sobrinho morreram depois de ser abordados por militares do Batalhão Rotam num incidente no qual os militares alegam que houve uma troca de tiros. No entanto, moradores do local dizem que os dois foram sumariamente executados. As mortes revoltaram a comunidade e dois ônibus foram queimados como forma de protesto, ainda no sábado. Neste domingo, centenas de policiais do 1º, 16º e 22º batalhões, além de integrantes do Batalhão Rotam, todos fortemente armados, ocuparam pontos estratégicos do morro para evitar novos distúrbios.

Os militares que participaram da ocorrência alegam que foram recebidos a tiros por cerca de 15 a 20 homens, em motos e a pé, que usavam fardas da Polícia Militar. Ainda na versão dos PM’s, os dois atingidos e mortos estavam com fardas embrulhadas debaixo do braço, dois revólveres em péssimo estado de conservação, munições diversas e que seriam traficantes. A versão revoltou a população do aglomerado, muito em função também dos dois serem conhecidos trabalhadores e não terem nenhum tipo de passagem pela polícia. No enterro deles realizado nesta tarde, no Cemitério da Saudade, milhares de pessoas compareceram e entoaram gritos de justiça. Novamente, várias pessoas procuraram os jornalistas para denunciar vários abusos de autoridade cometidos por militares na região.

Um deles, Marcelo Emiliano Júnio Veloso, 27 anos, produtor de festas, mais conhecido como DJ Marcelo Mattos, disse que um ônibus com moradores que seguia para o velório na noite de sábado foi parado pela PM e que policiais subiram no veículo e disseram que vão retaliar qualquer tipo de denúncia. Eles, de acordo com Marcelo, mandaram um recado, dizendo que ficasse esperto pois já estavam de olho nele. Ainda de acordo com o DJ, a ameaça seria porque no sábado à tarde ele deu uma declaração a uma rede de tevê chamando os policiais de assassinos de trabalhadores e covardes. O Estado de Minas tentou contato com o comandante do Batalhão Rotam, o tenente-coronel Lisboa. O militar que atendeu a ligação afirmou que somente a sala de imprensa da PM poderia dar declarações sobre o caso. Esta, por sua vez, afirmou que a corporação só deve se manifestar novamente na segunda-feira.
Uma fonte da Polícia Civil garantiu que policiais da Delegacia de Homicídios localizaram uma testemunha ocular do fato e que sua versão incrimina os policiais. Segundo essa fonte, a testemunha mora bem perto de onde aconteceu o fato e declarou que não houve troca de tiros e que os PM’s abordaram primeiro Renilson e, sem que houvesse qualquer tipo de reação, atiraram nele. O sobrinho Jeferson chegou poucos segundos depois e gritou com os policiais dizendo que o tio era trabalhador e que seu pai era também policial. Nesse instante, ainda de acordo com a testemunha, os PM’s da Rotam mandaram que ele saísse dali senão iria sobrar para ele. O rapaz começou a correr e foi atingido com um tiro de fuzil nas costas. Essa testemunha está sendo mantida em lugar seguro e vai depor na segunda-feira.
O pai de Jeferson e irmão de Renilson, o cabo da Polícia Militar Denilson Veriano da Silva, que está na corporação há 16 anos disse neste domingo durante o velório que vai sair de licença e não sabe o seu futuro. Ele garantiu que não está sofrendo pressão por parte do comando da PM. "Declarou ainda que espera justiça e que é nessa horas que ele se envergonha de usar uma farda."
- Sgt Wellington - Colaborador

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