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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um terço dos gays não se assume na família e no trabalho


IBOPE

Principal razão é medo de rejeição; muitos temem por discriminação e chacota, afirma o presidente da ABGLT


Publicado no Super Notícia
LITZA MATTOS


Quase um terço dos homossexuais ou bissexuais brasileiros não assume a sua orientação sexual para a família ou os colegas de trabalho. Perante os amigos, o percentual cai para 12%, revela pesquisa do Ibope Inteligência realizada com 2.363 de internautas em todo o país, entre os últimos dias 11 e 19 de março. Muitos são os motivos que levam os gays a não assumir a sua orientação sexual. O maior medo é o da rejeição da família (57%) e dos colegas de trabalho (32%). Ainda no emprego, 24% temem que a opção sexual interfira na carreira.

"Muitas pessoas ainda ficam no ‘armário’ porque não querem ser motivo de chacota e discriminação. Rejeição e vergonha todos nós sofremos", diz Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). "Aconselhamos para que as pessoas se assumam, mas infelizmente tem esse lado da estigma e até da violência. Basta ver inclusive que já fomos chamados de anormais pelo pastor Feliciano e isso atrai o preconceito. Não queremos que as pessoas nos aceitem, para mudar esse comportamento, basta que sejamos respeitados, primeiro temos que ter o reconhecimento da cidadania e dos direitos humanos", afirma Reis.

Para Laure Castelnau, diretora executiva de marketing e desenvolvimento de negócios do Ibope Inteligência, a interpretação detalhada de todos os dados indica para um percentual significativo de pessoas que não se assumiram gays também à própria pesquisa. "Embora apenas 12% se declarem homossexuais e/ou bissexuais, 36% dos entrevistados afirmam ter no mínimo uma pessoa gay na família, mostrando, portanto, que a proporção de homossexuais não assumidos é de fato significativa e que muitas famílias não sabem que há um homossexual entre seus próprios familiares", observa Laure.

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