Com base na Lei de Segurança Nacional, 7 são denunciados por greve da PM na BA
O MPF (Ministério Público Federal), na Bahia, denunciou com base na Lei de Segurança Nacional sete pessoas, sendo dois vereadores, três policiais militares, um advogado e um bombeiro pela greve da Polícia Militar do Estado, entre 31 de janeiro e 11 de fevereiro de 2012.
Para o MPF, os sete denunciados praticaram atos de “lesar e expor a perigo o Estado Democrático de Direito com articulação nacional e nítida motivação política. Aterrorizar a população baiana, ordenando e executando a prática de uma série de crimes previstos na lei 7.170/1983, a chamada Lei de Segurança Nacional”.
Na denúncia, assinada em 8 de abril e divulgada ontem, os procuradores da República André Luiz Batista Neves, Melina Castro Montoya Flores e Pablo Coutinho Barreto apontam os sete denunciados como líderes do movimento e responsáveis por “tentar impedir com violência o livre exercício dos poderes da União”, além de práticas de sabotagem e danos às atividades do serviço público.
Segundo o MPF, o grupo ocupou a Assembleia Legislativa da Bahia, como também, depredou carros da PM local para impedir que o policiamento fosse para as ruas. Os procuradores dizem que a ideia do grupo era “alavancar o capital eleitoral dos próprios denunciados com vistas às futuras eleições”. Após o movimento, os policiais militares Marco Prisco e Jeovás Nascimento dos Santos se elegeram vereadores em Salvador e Jequié, respectivamente.
“Esse episódio leva a pensar muita coisa e nos mostra que há um momento de reflexão. Não me recordo da utilização da Lei de Segurança Nacional em outros casos após a Constituição de 1988. Na verdade, a lei está vigente já que desde a constituição não foi feita nenhuma outra que trate da segurança do Estado. Na reformulação do Código Penal havia a proposta de revogação da lei mas não houve nenhuma nova para substituí-la. O pedido do MPF abre um precedente”, analisou o subprocurador-geral da Justiça Militar, Carlos Frederico de Oliveira Pereira.
Ainda foram denunciados os policiais militares Josafá Ramos dos Santos, Gilvan Souza Santana e Jeane Batista de Sousa, além do bombeiro Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, expulso do Corpo de Bombeiros do Rio por atuar na greve da categoria no estado em 2011 e o advogado David Salomão dos Santos Lima.
Os procuradores ainda pedem uma indenização hoje calculada em pouco mais de R$ 14 milhões pelos danos que teriam sido causados pelo movimento.
Na Bahia, o vereador Marco Prisco disse ao jornal “A Tarde” que até esta quarta não havia recebido nenhum comunicado oficial sobre as denúncias e que estava tranquilo. “Trata-se de uma manobra do governo petista para desgastar a minha imagem política”, diz o vereador.
Os outros denunciados na ação não foram encontrados pela reportagem para comentarem o caso. Há dois meses, em entrevista à Folha, Benevenuto Daciolo disse que “comunicou (na época) à sua chefia no Rio de que iria à Bahia ajudar, de forma rápida e pacífica, na solução do movimento”. (JusBrasil).
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