Ao menos um adolescente estaria sob proteção; dois policiais civis foram presos na sexta
Jornalistas foram mortos por denunciar grupos de extermínio na região
Seis testemunhas de crimes cometidos com a participação de policias na região do Vale do Aço, em Minas Gerais, foram retiradas do Estado por razões de segurança nesta semana. Entre os ameaçados está pelo menos um adolescente, que foi incluído no PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte), do Governo Federal. A informação foi confirmada neste sábado (20) pelo deputado estadual Durval Ângelo, da comissão de Direitos Huamanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
— As últimas testemunhas foram retiradas ontem para garantir sua sobrevivência e para que eles possam testemunhar contra os policiais. Não são jornalistas, mas não saberia dizer qual o conhecimento das pessoas e a qual crime se referem. A ministra Maria do Rosário me informou que pelo menos um adolescente foi protegido pelo programa.
Na noite de sexta-feira (19), um investigador e um legista foram presos preventivamente e encaminhados para a Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte. Eles são suspeitos de participação em crimes em cidades como Ipatinga e Coronel Fabriciano. A PC não informou quais crimes são investigados, mas há uma lista com pelo menos 14 homicídios envolvendo agentes públicos na região.
Ontem, o chefe da polícia Cylton Brandão negou a existência de um grupo de extermínio, mas o deputado acredita que a formação destes grupos é clara.
— As prisões e investigações desmentem isso. A polícia fala que não admitiria policias envolvidos em crimes, mas para isso precisa prendê-los e tirá-los da corporação. São abusos cometidos há pelo menos duas décadas, só o Rodrigo Neto denunciava crimes envolvendo policias na comissão de Direitos Humanos há oito anos. Não é coisa nova.
Os agentes, no entanto, não fariam parte da mesma organização.
— Os grupos de extermínio contêm policiais, mas minha teoria é que não é um grupo só. Mas só as investigações podem mostrar isso.
Morte de jornalistas
O radialista Rodrigo Neto foi assassinado com cinco tiros há pouco mais de um mês em Ipatinga. Trinta e sete dias após a morte de Neto, um fotógrafo freelancer do mesmo jornal também foi assassinado em um pesque-pague.
Os dois crimes desencadearam uma onda de pânico entre os profissionais da área na região, que cobram esclarecimentos quanto ao caso. O jornalista morto teria um dossiê com informações sigilosas sobre suspeitos.
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